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sexta-feira, 21 de julho de 2006

Uma memória de Haifa (act.)

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Estive em Haifa há duas décadas e lembro-me que a cidade foi construída para ser observada de cima. Melhor: para que a vista se alcandorasse diante do mar mitológico e azul que a envolve. Dormi em casa de amigos que não temiam a guerra permanente que se iniciara no dia da fundação do novo país, há quase sessenta anos. Lembro-me de uma rua inclinada onde havia galinhas brancas, lembro-me de um pão circular e entrançado, lembro-me de uma águia esculpida num jardim suspenso, lembro-me do ascensor avermelhado, lembro-me afinal de sonhar e visitar o monte que me dá o nome e que significa ”Videiras de Deus” (Carmelo).
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p.s. - "On the way down we heard a large boom, my neighbor phoned his daughter across town as soon as the radio announced that Haifa was hit. Up until now he seemed to me the calmest person down there, but his expression changed. "It hit near you? The windows exploded?" His arm unknowingly touches the wall to support himself, "don't cry, don't cry.. Are you ok?". He hangs up and with resolve says that he's going down there, no tears but he's already changed. With shaking fingers he calls somebody else about the car." (do blogue Live from an Israeli Bunker)
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p.s. - Vale a pena ler e ver este hino ao "(...) range of fire of the fighters and lion cubs of Hizbullah" em empolgado discurso de Gholam-Ali Haddad 'Adel no parlamento iraniano.
Haverá ainda ilusões de que o objectivo do terrorismo é claramente aniquilar (neste caso Israel) e impedir qualquer solução pacífica para a região (a Liga Árabe sabe muito bem o que significa a influência directa do Irão nos Hezbollahs que iniciaram planificadamente esta guerra)?
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p.s. - Ler este excelente post no Kontratempos.