Jan van Steen
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Eça fala do ócio em quase toda a sua obra, ou seja, escreve sobre esse mundo frugal em que os personagens se referem a gestas e afazeres alheios, mas onde o que conta verdadeiramente é o quadro vivo onde se move a cupidez, a inveja menor, a intriga, o desejo contido, o egoísmo e o acacianismo como causa superior. No fundo, Eça ri-se do mundo que melhor conhece, do ambiente a que regressa entre o idílio cosmopolita e a sala de estudo arranjada por Jacinto, que tinha a um canto um molho de varapaus e bem próximo o cheiro a favas. Ao rir-se do seu mundo profundo, Eça riu-se de si próprio por comprazimento seu, mas fê-lo sem grande alarde, deixando o verdadeiro espalhafato para a subtil troça com que o Portugal de hoje ainda é bafejado.