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sábado, 6 de agosto de 2005

Sacar
e

e
Raramente compro o saco (leia-se o Expresso).
Saco ao sábado é rotina a que nunca, e felizmente, me habituei. Mas hoje, fim-de-semana entre férias, lá revejo e leio tudo de ponta a ponta: intermináveis cadernos de cor anafada, tópicos de intriga menor, editorial sobre confissões de dirigentes políticos jamais nomeados, um humor pobre e requentado, relatos sobre a festa da Caras, o 1812 moscovita dos manos Maniche, a palavra "amesamento" (ou coisa parecida) na gastronomia, a tinta sem sentido em torno do triângulo Soares-Alegre-Cavaco e muitas crónicas pouco motivadoras, radicalmente chãs e sobretudo previsíveis (há sempre excepções: a história da adolescente enunciada pelo João é interessante e a presença da Charlotte é novidade para mim - que ando sempre atrasado nestes densos eclipses da alma).
Voltarei a comprar o saco daqui a seis meses para ver se mantém o nível.

P.S. - Ainda uma singularidade, após a segunda leitura do jornal. Então não é que António Ramos Rosa termina a sua entrevista/excurso - bastante truncada, aliás - com a seguinte frase lapidar: "A vida não me ensinou nada"? Espantoso.