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sexta-feira, 5 de agosto de 2005

A Memória de Laurentino G. Z.
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Já se pode ler aqui o meu conto que saiu na revista Atlântico (nº 5). Por acaso - e isto é revelação do Miniscente em primeira mão -, o dito é parte do meu futuro romance que sairá algures em 2006.

"(...)Laurentino lembrava-se das águas escurecidas da barragem, desse verde vago de correntes brevíssimas onde o ofício dos remos e os braços abertos dos remadores limavam a sede do tempo. Visto do alto do precipício, era um movimento lento, vagaroso, bastante sincopado. Era como a miniatura de um limbo que progredia do paraíso esquecido até à sombria mansidão que rodeava o pequeno cais da aldeia. Aí, sobre o que sobrava do velho coreto, estava perfilada a banda de uniformes brancos como se fosse um insecto minúsculo cheio de tentáculos esponjosos e envolvido pela espessa poeira avermelhada do fundo da terra.(...)"