Sei que vou perder hoje. Mais vale pensá-lo e dizê-lo bem alto antes do jogo. Sem desenganos, sem rumores e sem grandes expectativas. Se, por mistério dos deuses, acontecesse o contrário, então ficaria feliz. Felicíssimo. E teria valido a pena esta confissão recolhida. Raramente um benfiquista pronuncia com as cordas vocais bem sonantes o embuste que, há mais de uma década, lhe estria as artérias. Contudo, hoje, desportivamente, prefiro aguardar pela densa mornidão da normalidade. O niilismo futebolístico é uma espécie de fermento que dança na suavidade dos relvados. Esse estranho estado que precede e pressente o ressentimento, mas sem nunca nele penetrar ou com ele perversamente sequer conluiar.
(Já agora: acabei de retirar o contador da "Interney" e espero assim que o Miniscente passe a abrir mais rapidamente. Obrigado a todos os leitores e blogueadores que me alertaram para o facto)