O dominó de Paul Auster
Mimsy Moller
Em Paul Auster há sempre uma catástrofe que é designada. É assim no desfecho suicidário de Música do Acaso, quando Nashe leva ao extremo a intriga em que se deixa envolver; é assim quando o cão de Timbumktu pratica semelhante movimento em jeito de eterno retorno. E é assim, também, quando o mestre Yehudi de Mr. Vertigo, ou quando o caderno vermelho de Quinn (da Trilogia de Nova Iorque), ou ainda quando o livrinho preto dos telefones (achado por Maria Turner, em Leviathan) desencadeiam, cada um de seu modo, sucessivos movimentos de dominó nos destinos dos personagens.
Não terá andado Paul Auster a vaticinar, há já alguns anos, tudo aquilo que temos estado a viver nos últimos tempos?