Not to be or not to be
Acho que foi Gide quem escreveu que a estratégia central do diabo é levar-nos a acreditar que (ele mesmo) não existe. Hoje diríamos que a estratégia vital do nosso tempo é fazer crer que (todos nós) existimos. Como? Através de dissimulações, de imagens, de anamorfoses, de encantos televisionados e de projecções pouco discretas em fétiches globais. Se não andarmos por essas paragens narcísicas e massificadas, corremos o risco de nos desviver. Ou simplesmente de não ser.