Preto no branco para o amigo Avatar
A lógica do Big Brother é assegurar notoriedade a alguém só por lá estar. Essa notoriedade traduz-se por uma visibilidade mais ou menos produzida que acaba por ter um prazo de validade curtíssimo, apesar dos efeitos colaterias que se arrastam em revistas, em spots idiotas, na publicidade e noutras coisas dessas.
A lógica dos blogues é permitir a uma voz exprimir-se na rede, assegurando-lhe alguma, muito pouca, notoriedade apenas por poder imaginar certos tipos de convívio e alguns diálogos de facto com vips (ou seja, com caras conhecidas). Essa ilusão de proto-notoriedade traduz-se por uma recorrência mais intertextualizada do que singularizada na rede que acaba por ter um prazo de resistência (e de vitalidade) bastante limitado, apesar de alguns efeitos colaterais nas listas de linques, nos processadores de busca e nas estatísticas (de visitas e de inbound links) que é possível, de algum modo, forjar.
Eu diria que para pobre diabo, pobre diabo e meio.
Mas também é sobretudo verdade que a rede (e a sua quota-parte blogosférica) excede em muito, nas suas possibilidades, este limitadíssímo pas de deux entre figurões candidatos a uma notoriedade patológica que nem o meu cão - que se chama Ulisses -, na sua bonomia infinita, desejará. Estou certo disso.