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quarta-feira, 26 de março de 2008

Cerveja e literatura - 69

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“(…) O Leste? Ainda lá estou de certo modo, sentado ao lado do condutor numa das camionetas da coluna, a pular pelas picadas de areia a caminho de Malanje. Ninda, Luate, Lusse, Nengo, rios que a chuva engrossara sob as pontes de pau, aldeias de leprosos, a terra vermelha de Gago Coutinho que se prende à pele e aos cabelos, o tenente-coronel eternamente aflito a encolher os ombros diante do licor de cacau, os agentes da PIDE no café do Mete-Lenha, lançando soslaios foscos de ódio para os negros que bebiam nas mesas próximas as cervejas tímidas do medo.”
d
(António Lobo Antunes, Os Cus de Judas, Publicações Dom Quixote, Lisboa, (1979) 2001, p. 143; Participação: Maria João Eloy
)