e
O jogo de sensações que se estabelece entre o escrivão e o protagonista de O Estrangeiro de Camus é, a certa altura, coroado pela generosa e quase misericordiosa intervenção do juiz:
e
“A cada frase, ele dizia: «Bem Bem». Quando cheguei ao corpo estendido na areia, aprovou-me, dizendo: «Bom». Quanto a mim, estava cansado de repetir a mesma história e tinha a impressão de nunca ter falado tanto. Depois de um silêncio, o juiz levantou-se e disse que me queria ajudar, que o meu caso o interessava e, com a ajuda de Deus, faria qualquer coisa por mim”.
e
(A. Camus, O Estrangeiro, Edição Livros do Brasil, Lisboa, s/d, pp.142/3)