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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Remodelação?

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A política quer-se esquemática e pragmática. A vitrine das ilusões serve-se fria. A remodelação da saúde é o fim de uma reforma possível e necessária. A fileira de Manuel Alegre (vestida com cores dramatúrgicas de outras eras, daí que o nome da peça seja ala "esquerda") e de outros flamingos de asas não menos populistas (que ecoam a voz do protesto fácil) ficaram agora a rir-se. E é certo que o imobilismo está garantido até às eleições. Para a pasta da cultura, por sua vez, vem um jovem lavagante, bem falante, cavaleiro de muitas liberdades e amante de caviar e do historiador Rosas. Os subsídios passarão a ter outro brilho e encanto. Sobrará o Samba, o Carnaval e o estendal já menos húmido a pensar sobretudo em eleições. De facto, o ano de 2009 está próximo e já se sabia - todos os altivos comentadores o segredavam - que a política socrática era de "direita" (a malta adora estes esquematismos, o que é que se há-de fazer?); agora juntou-se-lhe o caril que lhe empresta o tom da "esquerda". O homem não é nada inocente. Vai ser o último a rir e mais, muito mais do que todos os outros. E fica, desde já, à espera do banquete. Também vamos lá: com Menezes, Jerónimo, Louçã e Portas... Sócrates bem pode dar-se ao luxo destes joggings. E de muito mais.