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Mais deixas para a apaixonada dramaturgia da crise:
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"A derrocada nas bolsas mundiais não foi um súbito ataque de histeria provocado pelos especuladores gananciosos. Foi o sinal de que a recessão mordeu os Estados Unidos e provocará vítimas. Isso mesmo: as notícias da independência da economia mundial face ao motor americano eram, afinal, exageradas. Uma constipação nos EUA ainda tem força para provocar uma pneumonia global. O famoso ‘decoupling’ não existe. A UE e a América vivem de braço dado: contabilizando serviços e bens, este bloco é responsável pela maior fatia das trocas comerciais planetárias. China e Índia juntaram-se aos tenores, mas o ritmo continua a ser marcado pelo eixo Atlântico." (André Macedo)
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"(...)o consumo privado não deverá ter a força suficiente para ser o motor de que a economia precisa. O que aliás era previsível porque é o mais afectado pelas duas crises internacionais. A financeira tornou o crédito mais caro com a subida dos ‘spreads’. A do petróleo puxa pela inflação – já está em 3,1%, muito acima da referência dos 2% –, o que deverá obrigar o Banco Central Europeu a subir os juros. Numa economia altamente endividada como a portuguesa, isto são motivos suficientes para dar vontade de cortar os pulsos. Mesmo as empresas que querem investir vão pensar duas vezes. Restam as exportações que estão dependentes da economia internacional, que está no meio de um tornado." (Bruno Proença)
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"Mesmo que os Estados Unidos escapem à recessão a percepção do eleitorado é depressiva e se em campanha presidencial vingam as promessas de política anticíclica, os défices orçamental e da balança de transacções correntes vão cortar as veleidades do sucessor ou sucessora de Bush que prestar juramento em Janeiro." (João Carlos Barradas)