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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Futebol

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O futebol reflecte o melhor e o pior. No futebol despertam episódios insondáveis: sentidos de pertença, fantasmas, heranças, afectos sem forma e muita irracionalidade. Eu gosto do futebol que se joga entre as quatro linhas, do movimento, da paisagem transfigurada. Uma sugestão de batalha encapelada, embora sem pontes levadiças a sério. Mas, de qualquer modo, um confronto, uma sequência múltipla de lances, uma aventura que mexe no magma do ser. Gosto de futebol, mas detesto bairrismos e regionalismos. Sei que as coisas são incompatíveis, na medida em que o bairro e a região encaixam que nem uma luva nos fantasmas, nas pertenças e nos afectos mais esquecidos. Mas apesar da incompatibilidade, sabe-me bem ver ganhar quem não representa, de modo unívoco, os bairrismos, a regiãozinha ou a cor dos melhores enchidos e vinhedos. E foi por isso que gostei dos resultados desta última jornada do campeonato lusitano.