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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Cerveja e literatura - 32

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A espuma como sinal de uma passagem realmente enigmática e perturbadora:
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“Entrou um homem a pedir uma cerveja, bebeu-a de um só trago, atirou com o dinheiro para cima do balcão e saiu outra vez. Ouviu-se imediatamente um carro a arrancar.
- E depois? – Inquiriu Justin Merlin.
- E depois…- o empregado do bar limpou a espuma que ficara a assinalar a passagem do automobilista e levantou a caneca suja… - e depois começaram a fazer asneiras. Primeiro, o administrador do acampamento… não se sabe onde foram desencantá-lo, mas parecia mais um guarda dos campos de concentração do que o gerente dum lugar de prazer para pessoas chiques. Levava tudo aos berros. Só lhe faltava o cacete…”
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(Elsa Triolet, Luna-Parque, tradução: Mário Braga; Portugália Editora, Lisboa, 1961, p.49)