Um diálogo e um encontro, no mínimo estranhos, num bar de Londres. O comediante Thomas Blaize e Cristopher Marlowe, dramaturgo, observam um homem “que bem pode passar pelo Diabo”. Até saírem para a rua, juntos, é a figura da “caneca” que acaba por expulsar os males e expiar o pior:
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“Blaize engoliu a bebida num longo trago, escondendo a fisionomia atrás da caneca.”
“Blaize engoliu a bebida num longo trago, escondendo a fisionomia atrás da caneca.”
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“Levantei também a minha bebida, devolvendo o brinde. Os bordos das canecas tocaram-se e os nossos olhos encontraram-se. Sorri ao lembrar-me que tinha pensado que ele podia ser Lúcifer”.
“Levantei também a minha bebida, devolvendo o brinde. Os bordos das canecas tocaram-se e os nossos olhos encontraram-se. Sorri ao lembrar-me que tinha pensado que ele podia ser Lúcifer”.
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“Baynes deu uma palmada no tampo da mesa. As bebidas tremeram nas canecas, oceanos em miniatura batidos pela tempestade”.
“Baynes deu uma palmada no tampo da mesa. As bebidas tremeram nas canecas, oceanos em miniatura batidos pela tempestade”.
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“E assim continuámos, eu a dardejar blasfémias, Blaize a encorajar as minhas injúrias e o homenzinho a objectar com ironia à medida que nos abastecia de cerveja, até ter esvaziado a bolsa, a noite avançar e cambalearmos para a rua.”
“E assim continuámos, eu a dardejar blasfémias, Blaize a encorajar as minhas injúrias e o homenzinho a objectar com ironia à medida que nos abastecia de cerveja, até ter esvaziado a bolsa, a noite avançar e cambalearmos para a rua.”
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(Louise Welsh, Tamburlaine tem de morrer, tradução: Miranda das Neves; Teorema, Lisboa, 2005, pp. 53/54/55/57)
(Louise Welsh, Tamburlaine tem de morrer, tradução: Miranda das Neves; Teorema, Lisboa, 2005, pp. 53/54/55/57)