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Descrever a genealogia dos Ramires sem cerveja? Manifestamente impossível:
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“O Paço acastelado de Santa Ireneia, com as fundas carcovas, a torre albarrã, a alcáçova, a masmorra, o farol e o balsão; o velho Tructesindo, enorme, e os seus flocos de cabelos e barbas ancestrais, derramados sobre a loriga de malha; os servos mouriscos, de surrões de couro, cavando os regueiros da horta; os oblatos resmungando à lareira as Vidas dos Santos: os pajens jogando no campo do tavolado – tudo ressurgia com verídico realce, no poemeto do tio Duarte! Ainda recordava mesmo certos lances; o truão açoitado, o festim e os uchões que arrombavam as cubas de cerveja, a jornada de Violante Ramires para o Mosteiro do Lorvão... ”
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(Eça de Queiros, A Ilustre Casa de Ramires, Editora Ulisseia, Lisboa, 1995, p.42)