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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Cerveja e literatura - 13

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É depois da grande zaragata no botequim, “cheio de pescadores” que vinham da banda do Terreiro (capítulo XXV – “Uma Taberna de Baleeiros”), que os quatro homens entram no “aconchegado”. E a cerveja surge aqui apenas como um salpico de mar, um bem menor que parece não se querer bater com o enigmático "Fòkim". A escrita de Nemésio é uma emboscada. Uma bátega de que se não deseja jamais fugir:
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“Antes da debandada geral, Roberto fez sinal ao João da Cezilha e ao Tio Amaro da Mirateca; e, agregando o sr. Silveirinha, entraram no botequim deserto.
- Genebra, Jzezinho!
- Por mim agradeço. Não tomo bebidas brancas, disse o professor.
- Então vinho... cerveja...?
- Oh, sr. Silveirinha... – disse o João da Cezilha, com o branco do olho molhado; –ûa pinga de Fòkim inté faz bem à barriga.
- Agradecido! Não tomo.
- Traga então só três cálices – disse Roberto.
Sentados à mesinha do truque, Roberto repetiu e reforçou naquele ambiente aconchegado as suas razões de calma. De resto, por uma questão de pouco tempo não faziam falta as canoas. O Canal estava em paz podre. Há meses que nem um cachalote esguichava ao largo o borralho branco do céu; deviam andar em bandos na correnteza do Golfo, de queixos presos a polvos entrançados por tentáculos de quilómetros.”
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(Vitorino Nemésio, Mau Tempo no Canal, Círculo de Leitores /JMMD, Lisboa, 1973, p. 254)