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Sobretudo no último terço desta sua vida de quatro anos, o Miniscente não foi apenas voz como também deu a ouvir e a conhecer outras vozes. Isso aconteceu com as “Mini-entrevistas”, com as “Escavações Contemporâneas” (rubrica que pretende remar contra a amnésia das rotinas em rede) e com as “Pré-publicações” (existe hoje um “Clube” que conta com duas dezenas de editoras portuguesas que colaboram activamente nesta rubrica). Esta predisposição de simultânea expressão e interface de expressões tem moldado o Miniscente de um modo que seria inimaginável em Julho de 2003. Talvez esta nova dimensão (dir-se-á “cultural” – não gosto nada da palavra!) do meu blogue principal constitua uma compensação para o assumido défice de networking, de actualização de links e de visitas a outros blogues dos últimos tempos. Nada melhor do que a consciência deste tipo de (sigilosos) movimentos para ir repondo alguns equilíbrios.
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Contudo, o trabalho a bordo de um blogue, se bem que movido pela compulsão e por hábitos de permanente e actualizada inscrição, é sempre um trabalho que deverá concordar com o prazer. Com uma bitola mínima povoada pelo lúdico, pela liberdade de edição, pela manobra pouco calculista, pelo assombro da espontaneidade, pelo dislate irreparável, pela ostensão desnecessária, pela exposição pura e simples. Sem medos. Porque, como referi há mais de um ano, na sequência que ficou conhecida por “O Tom dos Blogues” (que vai aparecer, em breve, sob a forma de livro), com mais ou menos simplismo, embora com autenticidade, “os blogues somos nós mesmos”. É este, porventura, no meu caso pessoal, o móbil mais forte da persistência blogosférica: estar sempre prestes a comemorar um imenso nada que, de um momento para o outro, se pode miraculosamente transformar numa espécie de novo Rameau d´Or.
Contudo, o trabalho a bordo de um blogue, se bem que movido pela compulsão e por hábitos de permanente e actualizada inscrição, é sempre um trabalho que deverá concordar com o prazer. Com uma bitola mínima povoada pelo lúdico, pela liberdade de edição, pela manobra pouco calculista, pelo assombro da espontaneidade, pelo dislate irreparável, pela ostensão desnecessária, pela exposição pura e simples. Sem medos. Porque, como referi há mais de um ano, na sequência que ficou conhecida por “O Tom dos Blogues” (que vai aparecer, em breve, sob a forma de livro), com mais ou menos simplismo, embora com autenticidade, “os blogues somos nós mesmos”. É este, porventura, no meu caso pessoal, o móbil mais forte da persistência blogosférica: estar sempre prestes a comemorar um imenso nada que, de um momento para o outro, se pode miraculosamente transformar numa espécie de novo Rameau d´Or.
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(Este texto foi publicado em cinco partes, entre o dia 11 de Julho e hoje, 15 de Julho, dia do quarto aniversário do Miniscente).