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sexta-feira, 15 de junho de 2007

Fascismos e "má consciência" (act.)

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Nos próximos dias, vão aparecer textos 'compreensivos' para com o fascismo do Hamas. Não apoiarão a barbárie, claro. Mas compreenderão o fenómeno. Este tipo de compreensão permite salvar a consciência (lesada pela imagem de um paraíso perdido à semelhança da Índia de Colombo) e expiar os males de uma visão algo patológica do mundo. Aliás, em concordância, a culpa será sempre, em todos os casos, projectada sobre Israel. Sobre isso, geralmente, não há nada a fazer. A própria memória da fundação do estado a poucos serve. Depois, virá o Verão a sério (bem o espero!). O Médio-Oriente tem uma história de guerras estivais. Quando lá estive, há cerca de duas décadas - era Páscoa - , os meus anfitriões já conjecturavam as Danças com Lobos desse Verão. Porém, este ano, e tal como aconteceu em 2006 no sul do Líbano (e no norte de Israel), as correias de transmissão iranianas preparam-se para dar sinal de si. É que o Irão não ocupou apenas o vazio deixado pela dissolução política do Iraque. Esse vazio tornou-se, entretanto, numa rede perigosa e ameaçadora: uma verdadeira labareda guerreira, cujos limites serão hoje difíceis de traçar. Mas haverá sempre, no Ocidente, pode crer-se, quem 'compreenda' a raiz dessa labareda. A culpa será sempre dos americanos (e aqui haverá razões repartidas), dos israelitas e, claro, da cobardia dos estatos dandies da Europa. A culpa será sempre da fina mácula desta parte do mundo que, um dia, há uns três séculos, se pôs a inventar um leque de coisas (tal como hoje as entendemos) aparentemente - parece - sem importância: a liberdade, a democracia, etc.
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P.S. - De facto, vem mesmo a propósito: e a Resolução 1701 que previa o desarmamento do Hezbolah?