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terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Mini-entrevistas/Série II – 106


LC
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O Miniscente tem estado a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje o convidado é Luís Aguiar-Conraria, 32 anos, Professor de Economia na Universidade do Minho(http://aguiarconraria.blogsome.com/)
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- O que é que lhe diz a palavra "blogosfera"?
Estive 4 anos a estudar numa universidade americana. Nessa Universidade encontrei um espaço de liberdade com que nunca tinha sonhado. Lá tudo se discutia livremente, sem constrangimentos e sem censura. Marxismo, terrorismo, liberalismo, multiculturalismo, puritanismo, nada está a salvo de uma boa discussão. Mais do que isso, não havia argumentos de autoridade. Podia ir lá um Nobel de Economia apresentar o seu trabalho, que se sujeitava ao contraditório dos estudantes como se de qualquer estudante se tratasse. É este imenso espaço de liberdade que eu procuro e encontro, parcialmente claro, na nossa blogosfera.
- Qual foi o acontecimento (nacional ou internacional) que mais intensamente seguiu apenas através de blogues?
Penso que não houve nenhum. O mais próximo disso que pergunta, foi com a discussão sobre a OTA e o TGV. Rapidamente se percebeu que os meios de comunicação tradicional nada de relevante acrescentavam à discussão. Mesmo os artigos de opinião, com excepção de um de Vítor Bento no Diário Económico, pouco substância tinham. A determinada altura, desisti de procurar informação sobre o assunto fora da blogosfera.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
O meu blogue foi criado enquanto ainda estava nos EUA. Serviu para estar mais próximo da minha família em Portugal. Não só serviu bem esse objectivo como também levou a minha relação com o meu pai para outro nível, pois passámos a ter algo mais que partilhar. Uns meses depois, o meu pai juntou-se ao meu blogue criando assim, perdoe-se-me a imodéstia, uma das parcerias mais estranhas da blogosfera lusa.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
Acredito. É livre em dois sentidos. Em primeiro lugar cada um escreve o que quer sobre o que quer. Em segundo lugar é um meio que promove a rápida reacção dos seus pares. Seja em comentários, seja em outros blogues. Isso cria um escrutínio que é o melhor garante contra abusos e falsidades. É como se houvesse um processo de refereeing permanente. Um excelente exemplo disto que digo foi a criação de um blogue anónimo com o objectivo de caluniar Miguel Sousa Tavares. Rapidamente, e muito por acção de João Miranda, do Blasfémias, grande parte das acusações foram escrutinadas e se percebeu que não havia plágio algum.
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Entrevistas anteriores (apenas a Série II): Eduardo Pitta, Paulo Querido, Carlos Leone, Paulo Gorjão, Bruno Alves, José Bragança de Miranda, João Pereira Coutinho, José Pimentel Teixeira, Rititi, Rui Semblano, Altino Torres, José Pedro Pereira, Bruno Sena Martins, Paulo Pinto Mascarenhas, Tiago Barbosa Ribeiro, Ana Cláudia Vicente, Daniel Oliveira, Leandro Gejfinbein, Isabel Goulão, Lutz Bruckelmann, Jorge Melícias, Carlos Albino, Rodrigo Adão da Fonseca, Tiago Mendes, Nuno Miguel Guedes, Miguel Vale de Almeida, Pedro Magalhães, Eduardo Nogueira Pinto, Teresa Castro (Tati), Rogério Santos, Lauro António, Isabela, Luis Mourão, bloggers do Escola de Lavores, Bernardo Pires de Lima, Pedro Fonseca, Luís Novaes Tito e Carlos Manuel Castro, João Aldeia, João Paulo Meneses, Américo de Sousa, Carlota, João Morgado Fernandes, José Pacheco Pereira, Pedro Sette Câmara, Rui Bebiano, António Balbino Caldeira, Madalena Palma, Carla Quevedo, Pedro Lomba, Luís Miguel Dias, Leonel Vicente, José Manuel Fonseca, Patrícia Gomes da Silva, Carlos do Carmo Carapinha, Ricardo Gross, Maria do Rosário Fardilha, Mostrengo Adamastor, Sérgio Lavos e a Batukada. Agenda para esta semana (de 22/1 a 27/1): Fernando Venâncio, Luís Aguiar-Conraria, Luís M. Jorge, Pitucha, Gabriel Silva e Masson (do Almocreve das Petas).