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quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Lui, Il Tremble

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Falar de si mesmo tem riscos. Muitos riscos. A voz nunca fala acerca da voz: evade-se dela como o cavalo da pista em que corre. E a paródia, o ridículo, esse arco-íris que sabe a feno e a ouro pode desmoronar de um momento para o outro. Como um baralho de cartas. É por isso que a chuva mais ácida pode molhar. Mas eu prefiro uma boa constipação a não falar do que mais gosto. Verdade se diga. Custe o que custar.
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*Lui, Il Tremble é o nome de uma performance que fiz no Trou Noire em Paris, em Fevereiro de 1985, e na Makkom, em Amesterdão, no mês seguinte do mesmo ano. Parece que foi hoje. O que passei nesses dias de apresentação não é muito diferente do que pode acontecer aqui nos blogues, mais de vinte anos depois. Há coisas que valem a pena.