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É verdade que vivemos num mundo bipartido: por um lado, mergulhado numa espécie de amnésia colectiva (por via da deificação da actualidade, da catarse patrimonial e da insaciada devoração do presente em prejuízo dos antigos futuros de ouro); por outro lado, mergulhado num interminável banco de dados susceptível de actualização imediata e simultânea a partir de uma progressiva disseminação dos controlos (uma espécie de simulacro da ubiquidade que foi tão amada na infância do cinema).
Em frente, confesso, nem sempre fica o horizonte.