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Extractos de posts que dão conta do olhar (prevenido ou desprevenido) do blogger sempre que contempla pelo retrovisor a paisagem da blogosfera
Extractos de posts que dão conta do olhar (prevenido ou desprevenido) do blogger sempre que contempla pelo retrovisor a paisagem da blogosfera
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“Ninguém me perguntou nada, mas isto é um blogue. E um blogue, caramba!, serve para postarmos opiniões banais sobre coisas insignificantes ou então é ao contrário, que é outra forma de dizer o mesmo.”
Carlos Cunha (3/10/06)
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Ficha Técnica
Qualidade da vista: Desimpedida, montanhosa, propagadora de ecos.
Estado da viajante: Avidez comunicativa.
Tipo de espelho: Côncavo, reflexão com alguma anamorfose.
Tom (linguagem vs. rede): De Vivace a Presto.
Outras impressões: Como se fosse um carro desportivo na estrada que cruza o deserto de lés a lés (a imagem faz lembrar a abertura de Un Chien Andalou: a nuvem e o olho penetrados em contracampo pela nuvem e pela lâmina). Como se o viajante fosse levado a parar e gritasse na direcção da massa rochosa que detém a súbita imploração. Como se a necessidade de dizer e de explicar suplantassem a viagem, a navegação, o surf ou tão-só a condução. Geralmente, a blogosfera funciona ao contrário: é a permanente rotação dos dados – a actualização infinda do blogue – que se sobrepõe ao cuidado extremoso do que se diz, frase a frase. É a toda poderosa circulação de bites que se impõe – tal como a vista do deserto se impõe ao viajante – ao nexo da locução, palavra a palavra. Mas neste caso, Carlos Cunha debate-se com a vista, confronta-a e disputa sobretudo o sublime imobilizado que a constrói. O blogue suspende a sua lógica, escuta a prece do blogger que o enuncia (essas “coisas insignificantes”, esses detalhes onde os deuses se revelam) e continuará depois na sua perpétua viagem. Post a post.
“Ninguém me perguntou nada, mas isto é um blogue. E um blogue, caramba!, serve para postarmos opiniões banais sobre coisas insignificantes ou então é ao contrário, que é outra forma de dizer o mesmo.”
Carlos Cunha (3/10/06)
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Ficha Técnica
Qualidade da vista: Desimpedida, montanhosa, propagadora de ecos.
Estado da viajante: Avidez comunicativa.
Tipo de espelho: Côncavo, reflexão com alguma anamorfose.
Tom (linguagem vs. rede): De Vivace a Presto.
Outras impressões: Como se fosse um carro desportivo na estrada que cruza o deserto de lés a lés (a imagem faz lembrar a abertura de Un Chien Andalou: a nuvem e o olho penetrados em contracampo pela nuvem e pela lâmina). Como se o viajante fosse levado a parar e gritasse na direcção da massa rochosa que detém a súbita imploração. Como se a necessidade de dizer e de explicar suplantassem a viagem, a navegação, o surf ou tão-só a condução. Geralmente, a blogosfera funciona ao contrário: é a permanente rotação dos dados – a actualização infinda do blogue – que se sobrepõe ao cuidado extremoso do que se diz, frase a frase. É a toda poderosa circulação de bites que se impõe – tal como a vista do deserto se impõe ao viajante – ao nexo da locução, palavra a palavra. Mas neste caso, Carlos Cunha debate-se com a vista, confronta-a e disputa sobretudo o sublime imobilizado que a constrói. O blogue suspende a sua lógica, escuta a prece do blogger que o enuncia (essas “coisas insignificantes”, esses detalhes onde os deuses se revelam) e continuará depois na sua perpétua viagem. Post a post.