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terça-feira, 9 de maio de 2006

Tonalidades & casos - 3

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“Seguem-se algumas considerações sobre o patriotismo inglês, carregadas daquela anglofilia bacoca e folclórica que eles apanharam todos a roçar os selins das bicicletas de Oxford. Há pouca gente tão ignara e arrogante como estes oxfordinhos de segunda. Cheios do mofo daqueles departamentos que fenecem, aqueles parques infantis para adultos, que consentem, salvo raras excepções entrincheiradas na excentricidade, dar diplomas a medíocres que seriam, na Sorbonne ou no MIT, mandados de volta à instrução primária.”
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Não direi jamais, como leitor, que não se trata de uma “grande escritora” (só não consegui ler Irene ou o Contrato Social que é absolutamente ilegível). Mas, aqui, neste comentário de Maria Velho da Costa a um texto de VPV, a tonalidade excede o que se diz e a palavra supera todos os seus alvos, tal como o próprio VPV exercita muitas vezes para sinalizar o corpo do animal em fúria indígena que nós todos somos (ele e a sua apurada bílis, incluídos, claro). Nestes circos bem dispostos, há muitas vezes jogos de tonalidades, mas há também ódios à solta (lembro o post de Vasco Pulido Valente sobre Clara Ferreira Alves). Não são coisas que me façam rir, para dizer a verdade e expor, ao mesmo tempo, a mais descarada inocência. Vêm de outro tempo, de outras escritas, de outros tons e não chegaram sequer, por isso mesmo, a errar nas áleas excessivamente abertas da rede. Apontaram a vara e fizeram verbo. Desenharam a linha e fecharam a ferida. É tudo. Passará ainda muito tempo até se entender que há alguma liquidez no sangue.