Em crónica do último The Spectator, Brian O´Neill faz eco de uns cartazes que apareceram recentemente nos urinóis londrinos. Colocados de forma estratégica, como acontece em todas as guerras, afirmam de modo ostensivo e ameaçador: "No one knows you´re a wife-beater", mas, se for o caso, "We will track you down and punish you".
No final Brian O´Neill conclui com algum bom senso, não lhe caia um menir ou um totem na cabeça: "These posters show us as volatile, stupid, thoughtless and diseased; women are warned to be wary of men, men to be wary of the police, and all of us to be wary of drinking one too many".
Tem toda a razão.
O apetite pelo excesso de regulação, de controlo e de ameaça é o outro lado da impotência do Ocidente face ao que sempre foi a sua matriz: a liberdade.
No reverso da triste política de culpabilização e compromisso (no caso das caricaturas), este agigantar do estado face ao politicamente correcto, face à expressão livre dos média (a lei Santos Silva fala por si) e face à suspeição generalizada evidencia claros sintomas de desistência e até de neurose.
A polis pós-09/11 revela-se dia a dia. A procissão ainda vai no adro. O problema é que meio mundo não quer ver esta realidade.