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sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Figurações do mundo

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Há episódios da infância que são extraordinários. Lembro-me, há muitos muitos anos, teria talvez uns seis ou sete anos, de chegar à conclusão que os números pares e os números ímpares não deveriam existir em paridade. Ou seja, segundo a minha intuição numerológica da altura, o facto de existirem tantos números ímpares quanto números pares corresponderia, porventura, a algo de muito estranho e enigmático que deveria escapar à harmonia da criação. E movido por uma espécie de confiança leibniziana, lá decidi que o algarismo "5" ficaria para sempre - e apenas para mim - a figurar entre o número dos algarismos "pares". Ainda hoje assim é. Como se vê, há códigos neste mundo que são absolutamente silenciosos e restritivos.