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domingo, 22 de janeiro de 2006

Eleições: simples linhas de fuga

e
Ilusões: as décimas iam descendo até ao limiar do desfiladeiro. Ficaram-se pelos 50,59% (a 30 e tal mil votos da vertigem).
Estado: Para além das saudações, a questão mais substantiva do discurso de Cavaco Silva foi o realce atribuído ao papel do estado social.
Contribuição: Mais de um quarto do eleitorado de Sócrates (cerca de meio milhão de almas cor-de-rosa) convergiu claramente na maioria que elegeu Cavaco e Silva.
Romantismo: Alegre foi o grande vencedor de um campo que nunca imaginou sequer poder vencer as Presidenciais.
O Caso da Noite: De forma inqualificável, Sócrates ocupou o espaço televisivo de Alegre e as televisões deram cobertura à desnecessária manobra.
Tramóia: A Eurosondagens teve um comportamento miserável, no final da semana passada, que manteve total imunidade durante o longo especial da SIC.
Ressentimento: Soares silenciou as suas próprias feridas, mas não conseguiu ofuscar o tremendo ressentimento da derrota.
Contenção: O PSD foi um vencedor justo, cujo grito se propagou com um eco pleno de quase mutismo.
Simpatia: Jerónimo de Sousa provou a razão que o leva a ser o Rodolfo Valentino de Santa Iria da Azóia.
Delíquio: O CDS-PP venceu uma batalha eminentemente táctica num espaço que não é o seu.
Crédito: Por décimas, o Bloco de Esquerda pôde recuperar os débitos da campanha eleitoral.
KO: O PS sofreu uma das maiores derrotas da sua história: a verdadeira síndrome socialista de Octávio Pato.
Antes da Ordem do Dia: Em tempo real (às 19.08 h.), José Pacheco Pereira respondia-me: “Neste caso, a lei tem sentido: não divulgar resultados virtuais, enquanto existem votações reais”.
Cátia: Passada a circum-navegação, um bom e pacífico regresso a Évora!
Helena Roseta: E agora, Alegre?
Joana Amaral Dias: E agora, Louçã?
Ovídea de Sousa: E agora, Jerónimo?
Cavaco: a isocronia socrática é o território de uma nova estabilidade política, desejada e pressentida, há algum tempo, pelos dois.