Não há dia que não projecte uma sombra sobre o seu próprio ronronar. No Natal, no entanto, é possível vislumbrar a penumbra que repousa dentro dessa sombra. Deverá ser esse o milagre: uma metamorfose que não se decifra, mas que atravessa a densidade da grande pausa do ano: o início dos inícios a sussurrar no coração do solstício. E o que comove, no Natal, não é a reunião, a partilha, a repetição, ou o ritual. O que comove, no Natal, é a penumbra que se insinua no olhar. Tão distante ela é de qualquer expiação.
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(This is all bullsheet)