Ónus invertido
e
António José da Silva, o "Judeu", foi vítima de inversão do ónus da prova no ano de 1739. Não foi sequer obrigado a provar a razão da sua aparente riqueza. A fogueira falou mais alto e, segundo rezam certas crónicas, a populaça da época gostava da cenografia desse tipo de inversões.
Portugal tem realmente um currículo de mais de dois séculos em matéria de inversão do ónus da prova. Mas, curiosamente, a tentação de perfectibilidade utópica da "República" está ainda hoje tão viva que os seus agentes se esquecem, talvez de modo involuntário, de factos elementares do estado direito democrático acabando por fazer jus a esse negríssimo currículo.
Sampaio, entre a inércia e a inusitada fuga para a frente, está a acabar muito mal o seu mandato.