Para uma futura falta de memória
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(posts de hoje todos actualizados)
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A cobertura mediática dos incêndios tem-se assemelhado, entre nós, a um genérico para grandes audiências: todos o vêem, mas ninguém o lê.
Adenda
Só quem nunca a viu, ou sentiu como sua, é que se admira com a desertificação. Há factos de que nos apropriamos apenas através do pasmo, do espanto e da súbita e impotente contemplação das consequências. Em boa verdade, a recente vaga de incêndios começou a ser preparada há algumas décadas e, agora, necessitamos de outras tantas para a travar. Há fenómenos, cuja escala e amplitude não se compadecem com a capacidade humana de controlo. Borges escreveu-o há mais de sessenta anos: “Las ruinas del santuario del dios del fuego fureon destruidas por el fuego” (Las Ruinas Circulares, Ficciones, 1944).