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terça-feira, 3 de maio de 2005

Quotidianos - 3

Encontro no café um amigo que tem uma empresa de design gráfico e arquitectura de interiores há já vinte anos. Sempre pagou a horas de maneira rigorosa todo o tipo de impostos e, agora, pela primeira vez somou uma pequena dívida de três mil euros. Segundo a objectividade marciana e cega do fisco, o meu amigo vai ter que pagar sete por cento de juros sobre essa quantia. Um disparate total. Sabendo que o estado paga sempre com atrasos inexplicáveis e numa situação de ilimitada impunidade, eu pergunto: não mereceriam os empresários e os cidadãos em geral a existência de uma cadastro fiscal? Por que é que quem prevarica regularmente deve ter um tratamento igual aos que o fazem apenas muito excepcionalmente (neste caso, uma vez em vinte anos)?