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domingo, 25 de abril de 2004

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Estou numa esplanada com um amigo. Ele, físico e pianista, dois num só. Eu, uma amálgama desgraçada que nem vale a pena decompor. Falamos de memória, melhor, falamos do método ideal para decorar números de telemóveis. Conversas de gente inteligente. Eu a explicar o emparcelamento do número e a subsequente associação a datas históricas. Ele a cantar e a traduzir cada dígito em sua nota. Eu a ficcionalizar e ele a fazer da memória uma peça de música. Eu a ver navios no tempo imaginado onde reato factos desde o dia em que carreguei na mala o livro da primeira classe. Ele a ver o mundo sobrelunar tal como Aristóteles o imaginou.