Pés na terra
Há meio mundo a discutir a legitimidade e a necessidade de uma guerra. De um lado, a deslocada síndroma de Nuremberga; do outro, a afirmação em fuga para a frente da síndroma pós-11/09. Dois universos de ressentimentos. Dois mundos, duas reflexões que se podem prolongar até ao infinito sem jamais se encontrarem. Duas perspectivas que o tempo, grande juiz, mais cedo ou mais tarde, irá relativar. Na verdade, o fim da guerra fria e a entrada em cena de novos actores nos últimos anos parecem ainda deficientemente alicerçados no entendimento de muitos. Seja como for, a guerra - no sentido clássico - já aconteceu. Por que não tentar agora discutir a complexidade do presente, visando concertar um ou vários futuros possíveis para o Iraque? Era uma polémica bem mais interesante. Era uma outra perspectiva. E, em todo o sentido, urgente. Ou mesmo necessária.