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segunda-feira, 5 de janeiro de 2004

Esplendores

Hoje começa de facto o ano de 2004. Para trás ficam N pontes e feriados, fivam N quadras luminosas e desmedidas bichas em pontes, para além das Janeiras, das cartas anónimas forçadas e das estatísticas rodoviárias da morte. É o nosso Iraque asfaltado e é, também, a nossa capacidade de baixar a productiveness até a níveis ínfimos durante uns bons dez a doze dias. Mas o sol brilha, esplendoroso. E concede aos portugueses aquela dose de alheamento e de inércia que se adequa na perfeição aos lazeres prolongados e à aparente doçura conventual. O pior é quando estala o verniz e o indígena se apanha ao volante.
E é nesse aquário de tubarões ensanguentados que então se descobre a outra face do esplendor mais rude, espertalhão, inventor de truques, egoísta, acaciano e mergulhador em águas muito pouco profundas. Infelizmente. Apesar de tudo é melhor ser português do que alemão.