Monovisão
Das coisas que mais me irritam é o proceder por monovisão. Ou seja, o alinhamento fantasmático numa dada linha que exclui todas as outras e que se adapta sempre, nos factos em agenda, à posição única possível e adequada. Só se lê dentro dessa monovisão, só se interpreta dentro dessa monovisão, só se convive dentro dessa monovisão. E tudo se faz para que as muralhas de segurança que delimitam esse espaço monovisionador não se movam um só milímetro. Uma inteligência assim nunca saberá ter humor, nem nunca estará em condições para discutir, polemizar ou imaginar-se na rede (mesmo que já lá esteja).