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quarta-feira, 1 de outubro de 2003

Nome

Foi nos altos da cidade de Haifa, em Israel, perto do Monte Carmelo, nesse local mágico de onde se avista o Mediterrâneo oriental e os vestígios setentrionais da Tiro fenícia que tive uma notícia surpreendente. Ou seja, de um momento para o outro, fiquei a saber que a tradução hebraica da palavra "Carmelo" (Karm+Al) significava “Videiras de Deus”. Não sei se esse nome acabou por ter alguma relação com as muito posteriores Carmelitas, as quais o destino havia de tornar nas grandes difusoras do nome e não tanto, já se vê, do seu desconhecido significado etimológico original e profundo. Fosse como fosse, a partir de então, eu passei a entender de uma outra forma a errância mediterrânica do nome Carmelo para ocidente (a direcção do "Garb", ou do local onde o sol se põe como dizem os árabes), sobretudo na Sicília e no amplo levante ibérico. Mais a Oeste, mais concretamente em Portugal, creio que as Carmelitas apenas deram entrada em finais do século XIII, na margem esquerda do Alentejo, e em Évora, capital do Cartuxa e Peramanca, já na terceira década do século XVI. E eis como um nome se faz coisa.