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domingo, 21 de setembro de 2003

Diz António Barreto no Público

"Já bem mais importante, útil e urgente é a remodelação do PS, da sua direcção e sobretudo do seu secretário-geral. Este partido encontra-se num lastimoso estado. Prisioneiro de tendências e fracções, é também refém do PC e do Bloco. A fuga de Guterres, o terrorismo internacional, a guerra do Iraque, o défice público e a pedofilia deixaram-no destroçado. A sua direcção parece composta de amadores e de dirigentes de uma pró-associação de estudantes. Apesar dos seus alegados talentos como gestor do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, Ferro Rodrigues tem revelado uma total falta de jeito e autoridade. Confunde berraria com firmeza. Perfilha contradições alheias e simpatiza com todas as ideias que julga serem de esquerda, por mais aberrantes que sejam. O vozeirão de Mário Soares e o fantasma de Guterres limitam-lhe os movimentos, a sinceridade e a inteligência. Os mais reputados e capazes dirigentes do partido remetem-se a um incómodo silêncio, à espera da inevitável queda de Ferro. Melhor fariam se decidissem pôr a casa em ordem. A remodelação do líder e da direcção do PS é uma clara urgência, para bem da democracia e da vida pública. Tal como para a esquerda."

E não diz nada mal.