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quarta-feira, 6 de agosto de 2003
Tenho dois romances a meio e um deles terá que dar entrada na editora no próiximo ano. O primeiro é mais ambicioso (narrativamente) e, neste momento, mais chato de perseguir. O segundo - que se baseia numa história de quatro casamentos por anúncio - teve hoje desenvolvimentos. Foi de repente, como sempre. Desta vez, numa esplanada. Em Évora. Imaginei, subitamente, que todo o texto já escrito, umas 80 páginas no passado Fevereiro, se tornarão em media res de uma outra história de contornos shakespeareanos. Nesta, a outra história passa a ser simples memória e pano de fundo. Temos assim um assassino e incendiário, fugido de tudo e todos nos dias de maior calor do ano, misturando o presente e algo de terrível que o persegue como se fosse um cenário a arder para o qual não pode haver sequer compreensão. Entre a vida e a morte, no abismo. Veremos se amanhã o reinicio. Chamemos-lhe, para já, O Incendiário. Sem confundir este título provisório com o presente referencial que estamos a viver, pelo menos recebe dele a catarse e o ambiente meta-ocorrente. Fica, pois, a nota. E o entusiasmo. Razão tinha eu em dizer, esta tarde, que era tempo de oferecer flores à imaginação pura.