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domingo, 24 de agosto de 2003

Ferro falou

Ferro falou e o trabalho de imagem foi de facto um fracasso, já que a presença de rostos no cenário fez esvair e chegou a rarefazer, no directo, a própria mensagem do secretário-geral do PS. Era ver os sorrisos, os suspiros, as concordâncias algo forçadas, os bocejos, alguma altivez, os rebates emocionais, os segredos e os comentários. Mais do que denotar o que Ferro teria a dizer, a imagem criada conotou uma amálgama variada e ruidosa de factos.
Quanto ao que foi dito, vejamos os cinco Menos e os cinco Mais:

Mais:
1– Utilização da máxima de Carrilho - sociedade versus economia de mercado;
2- Ênfase ao necessário e paralisado investimento público;
3- Denúncia da política governamental conivente com a perda de fundos da EU;
4- Referência à falta de uma política específica para o ambiente;
5- Realce dado à competitividade que o alargamento da UE irá em breve exigir.

Menos:
1- Colocar Portas como adversário número um do discurso;
2 -Aproximação infeliz a Sérgio Vieira de Mello;
3- Espírito generalizadoi de cataclismo baseado na máxima “este país vai de mal a pior”;
4- Prematura associação dos incêndios à denúncia da política governamental;
5- Análise da administração pública em função do putativo “controlo pelo medo”, quando deveria ser considerada como um dos alvos de urgente e radical reforma.