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quinta-feira, 21 de agosto de 2003

Cheguei de novo a terra firme, após alguns dias a ver o mar e a escrever durante as tardes. Imenso correio e memórias de factos dispersos que terão feito o mundo. O mais grave, o bárbaro assassinato de Sérgio Vieria de Mello por terroristas num momento em que os consensos diplomáticos estavam em boa marcha. Fica para a história, não apenas o grande diplomata, mas sobretudo o homem que tentou impor, nos momentos mais difíceis e em cenários complexos, o universo do diálogo contra a irracionalidade e a colegialidade contra a perversão intolerante e sem rosto. Como pode certa esquerda mais cristalizada falar do "monstro", confundindo, neste momento delicado, a árvore porventura incendiada com a floresta que ameaçava recompor-se, a pouco e pouco ? Eu também estou de acordo: Há quem tenha ensandecido. Também não me parece que seja (o governo democrático de) Israel que esteja, neste zénite do Verão, a prejudicar a paz. Pela primeira vez, é o próprio governo palestiano a ameaçar perseguir aqueles que há muito deviam ter sido seriamente perseguidos: os bandos terroristas, cuja cultura apenas tem a face da morte. E mais nada. Basta !