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domingo, 10 de agosto de 2003

Atiro pequenas pedras para longe
e vejo o cão a correr atrás delas
o dia todo
traz os dentes de fora quando se abeira do meu gesto
e depois desaparece como a branca de neve
esvaída noutra pedra e noutro anão
até que a certa altura
o revejo no início do horizonte
quando a sombra do meu braço volta a descer
a descer
até pousar devagar
outra vez
na cabeça do cão.