Insónias, textos que se colam ao outro lado onde não há texto, desejo de sono e os passos que se arrastam pela casa vazia. Noite imperturbável, grande ópera do sossego. Ramagens inquietas, céu parado, Verão adiado, sussurro de gatos sob os pneus dos automóveis. Surgem palavras e o que nelas é hiato, uma espécie de surpresa, de imprevisibilidade serena. O que vem ao ser é amigo, nuvens carregadas, estrelas quase adormecidas. Imenso o jogo dos contrastes que atravessa o olhar, quando é tempo de voltar a tentar o sono. Imagens a dançar com o outro lado onde não há imagens. Insónia, um reino de desejados, um limiar de cansaço. Mais uma vez.