segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

Mothers of Invention

Ontem ao fim da tarde, quase ao sol pôr, estava eu na cozinha a fazer um café (desses com filtro) e a olhar para um livro como quem olha para um nenúfar (a sério). E, de repente, mais pelo céu esfumado em violetas crepusculares do que pelo latejar das páginas sublinhadas e desgastadas, a verdade é que fui invadido por uma daquela ideias que aparecem uma vez no ano. Daquelas que gerarão livro. Já hoje me pus a vasculhar no vasto campo para que subitamente despertei. Deixo em meio muitos textos já começados e atiro-me a outros assim. Sem mais nem menos, por súbito e espontâneo despertar. Como se o alinhavar do futuro texto já estivesse a vir ao ser e só faltasse, agora, a tarefa de dar corpo físico à coisa. É verdade que tenho passado a vida, nos últimos anos, sempre no meio curso desse tipo de tarefas. Só posso dizer que se trata da análise do humor na obra ensaística (imagine-se!) de um autor não português. Estimulante? Indubitavelmente afirmativo.