terça-feira, 20 de janeiro de 2004

Ecos do tempo

Entro na Sá da Costa (ali ao Chiado) e peço que me indiquem o local onde possa consultar a obra ensaística de Umberto Eco. Responde-me a senhora com um sorriso oxigenado e brando na suave empatia vernácula: “desse autor só temos dois romances que estão ali…” (apontando com um ar redundantemente indexical). E eu fico a pensar que, no tempo em que havia livreiros e sinaleiros a sério, o Costa ainda era Costa, o Sá ainda era Sá, e o bacalhau à Gomes da Costa ainda era a mais alta patente do belíssimo Gomes Sá. Que tristeza.